Decidimos, em nossa comunidade, usar uma nova expressão sobre o dízimo: ‘Devolução Com Amor’ (DCA). Isso porque temos consciência de que tudo o que somos e temos, recebemos de Deus. Quando, por meio do dízimo, ‘devolvemos’ uma parte para Deus, testemunhamos o nosso amor por Ele. O dízimo é a ‘materialização’ da nossa gratidão a Deus por tudo o que ele é para nós. Nossa fé n’Ele é que dá sentido à nossa vida. Preenche nosso coração de amor, de esperança e de fé. Somos de Deus! Queremos que mais e mais pessoas o conheçam e experimentem o seu amor. Por isso, como comunidade de fé, por meio do dízimo, nos responsabilizamos com essa primeira e mais importante missão da Igreja, a de fazer chegar essa ‘boa notícia’ no coração de todos. Depois, não pode faltar o cuidado com os mais necessitados e com o sustento da Igreja. Portanto, ‘devolvemos com amor’ e com gratidão a Deus, uma parte de tudo o que ele nos dá, pela evangelização do mundo.

Mas o que é o dízimo?

É um compromisso de fé! É uma devolução (contribuição) sistemática, motivada pela fé que temos em Deus. Desse modo, como comunidade de fé, vivenciamos a comunhão, a participação e a corresponsabilidade na evangelização. O dízimo, que oferecemos mensalmente, tem a ver com a experiência que fazemos do amor de Deus e com nosso desejo de ver o mundo mais evangelizado. Expressa também nossa corresponsabilidade como igreja. É um testemunho da nossa parte de que amamos a Deus, amamos a Igreja, amamos nossa comunidade e queremos que Jesus seja conhecido, seguido e amado, até o céu.

Dízimo é um mandamento?

O 5º mandamento da Igreja diz: ‘Pagar o dízimo, segundo costume’ e ‘ajudar a Igreja em suas necessidades’. Mas não se trata antes de uma ‘obrigatoriedade’. É, sobretudo, uma decisão pessoal que exprime a pertença efetiva à Igreja numa paróquia. A ‘devolução’ (dízimo), é uma manifestação autêntica e espontânea da fé em Deus e da comunhão e participação na vida da Igreja em sua missão. Por isso, ele se diferencia do simples cumprimento de uma lei e se situa no plano da decisão de consciência iluminada pela fé.

E ‘quanto’ devo dar?

Assim como a decisão de contribuir com o dízimo, também a escolha da quantia destinada para isso é decisão de consciência, iluminada pela Palavra de Deus, sensível às necessidades da Igreja e do próximo. O apóstolo Paulo ensina: “Cada um dê conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento, pois Deus ama quem dá com alegria” (2Cor 9,7).

Na época de Jesus se pagava o dízimo?

A partilha dos bens, praticada pelos discípulos de Jesus, mesmo não sendo formalmente chamada de dízimo, é o referencial mais importante para a sua compreensão. Os evangelhos narram a experiência de pessoas que tiveram a graça de encontrar Jesus e decidiram entregar parte de seus bens para o Senhor. Destacam-se os discípulos que o “ajudavam com seus bens” (Lc 8,1-3). Entre os discípulos de Jesus havia uma “bolsa comum” (Jo 13, 29). A eles Jesus apresentou o exemplo da viúva pobre que ofereceu suas duas moedinhas, “tudo o que tinha para viver” (Mc 12,41-44). Nas primeiras comunidades, o que cada um possuía era posto a serviço dos outros; desse modo, os bens pessoais se tornavam comunitários por livre decisão; “a partilha não era imposta pelos apóstolos, mas expressão natural do amor a Cristo e aos irmãos”: “Eles eram perseverantes em ouvir os ensinamentos dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações. Apossava-se de todos o temor, e pelos apóstolos realizavam-se numerosos prodígios e sinais. Todos os que abraçavam a fé viviam unidos e possuíam tudo em comum; vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um. Perseverantes e bem unidos, frequentavam diariamente o templo, partiam o pão pelas casas e tomavam a refeição com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E cada dia, o senhor acrescentava a seu número mais pessoas que eram salvas” (At 2,42-47; cf. At 4,32-37).

Quais são as dimensões do dízimo?

A ‘devolução’ (contribuição com o dízimo), é um modo de reconhecer que Deus é o Senhor de todos os bens (dimensão religiosa), de manter as estruturas eclesiais no âmbito paroquial e diocesano (dimensão eclesial) e de partilhar os recursos, em vista do crescimento do Reino de Deus (dimensão missionária) e do serviço da caridade (dimensão caritativa).

Minha experiencia de dizimista:

“Aprendi sobre o dízimo com a minha mãe, que dizia: “enquanto formos dizimistas, Deus sempre abençoará nossa vida material e financeira”. E desde os dez anos de idade, quando ganhei meu primeiro dinheiro vendendo papelão, dou mensalmente o meu dízimo. É a primeira coisa que faço todo o mês quando recebo uma contribuição da Igreja para as minhas despesas pessoais. Além de não me deixar apegado desordenadamente ao dinheiro, o meu dízimo é um anúncio e testemunho de que eu amo a Jesus, meu Salvador, amo a Igreja e sua missão evangelizadora, e amo os pobres. Resumindo, meu dízimo é porque amo a Deus e aos irmãos.”
(Padre Rogerio Felix)

Oração do dizimista

Pai querido, quero louvar-vos por tudo que tenho recebido de vossas mãos liberais. Com o coração agradecido, oferece-vos minha vida, meu dízimo e minha oferta. Quero fazer a experiência do vosso amor e providência. Derramai sobre mim e minha família vossas bençãos espirituais e materiais, em nome de Jesus. Amém!

Fonte: O dízimo na comunidade de fé. Documento da CNBB - 106